Negociações na Mesa do INSS expõem adoecimento dos servidores e impasse na reposição das horas da greve de 2024
4 de Dezembro de 2025 às 11:39
O Sintsep/MS levou firmeza e cobrança à reunião da Mesa Setorial Nacional de Negociação do INSS, onde ficou evidente um cenário crítico de adoecimento, insegurança e sobrecarga entre os servidores. Representando a Condsef, os dirigentes do Sintsep/MS, Henrique Martini e Roosevelt Lunas, participaram da reunião ao lado de representantes do DF, MG e RS, além da Fenasps, da CNTSS e da própria Diretora de Gestão de Pessoas do INSS, que esteve presente com sua equipe técnica.
Logo no início, o INSS revelou que cerca de 2 mil atestados médicos foram registrados recentemente nos estados, a maioria deles relacionados a doenças de ordem mental, segundo o CID. O dado acendeu um alerta entre as entidades, que apontaram que a pressão crescente, o acúmulo de tarefas e as condições de trabalho têm levado a um processo de adoecimento contínuo dos trabalhadores.
Outro ponto crítico foi a revisão dos laudos de insalubridade. As análises nas superintendências Sul e Nordeste já foram concluídas, enquanto as demais estão na fase final. No entanto, os laudos têm apontado para a eliminação do adicional de insalubridade em diversas unidades, inclusive naquelas onde peritos médicos ainda recebem o benefício. O Sintsep/MS questionou a falta de critério claro, denunciou a contradição e cobrou transparência, destacando ainda que o INSS não possui levantamento atualizado sobre o número de servidores que recebem o adicional por força de decisão judicial.
No debate sobre a reposição das horas da greve de 2024, a gestão informou que apenas 88 servidores, em todo o país, conseguiram repor ao menos 30% das horas no último quadrimestre de 2025. O número foi considerado extremamente baixo pelas entidades, que afirmaram que a dificuldade em cumprir metas e conciliar a reposição confirma o subdimensionamento das equipes e a sobrecarga diária imposta aos trabalhadores.
Para o Sintsep/MS, a reunião tornou ainda mais claro que a categoria vive um momento grave, marcado por adoecimento, insegurança jurídica e acúmulo de demandas. O sindicato defendeu que o INSS precisa agir imediatamente, adotando políticas efetivas de saúde do trabalhador, garantindo participação das entidades na revisão dos laudos de insalubridade, construindo um plano viável e humano de reposição das horas da greve e, sobretudo, assumindo compromisso com a valorização da carreira e com condições dignas de trabalho. O Sintsep/MS reforçou que seguirá atuando de forma firme na Mesa Setorial, cobrando soluções concretas e se opondo a qualquer retrocesso que afete a saúde, os direitos e o respeito aos servidores do INSS.






