GEAP acumula prejuízos, enfrenta descontrole financeiro e aprova reajuste dos planos
18 de Dezembro de 2025 às 08:49
A GEAP Autogestão em Saúde atravessa um dos momentos mais críticos de sua história recente. Dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), referentes ao terceiro trimestre de 2025, apontam que a operadora acumula sete trimestres consecutivos de resultado líquido negativo, com prejuízo de R$ 405,5 milhões, figurando entre as três piores operadoras de grande porte na modalidade de autogestão.
Além do prejuízo, a ANS revelou que a GEAP registrou sinistralidade acumulada de 99% no ano, índice muito acima do patamar considerado sustentável no setor, que varia entre 80% e 85%. O número escancara o descontrole das despesas assistenciais e evidencia falhas graves na condução administrativa da operadora.
Mesmo diante desse cenário, o Conselho de Administração da GEAP aprovou novo reajuste das tabelas de custeio dos planos vinculados ao Convênio por Adesão nº 001/2024, que abrange planos como GEAP Basic, GEAP Class, GEAP Essencial, GEAP Saúde, GEAP Família, entre outros. Os novos valores passam a vigorar a partir de 1º de fevereiro de 2026, ampliando o impacto financeiro sobre trabalhadores e aposentados.
A decisão foi tomada durante a 136ª Reunião Ordinária do Conselho de Administração, realizada em dezembro de 2025, com base em nota técnica e parecer atuarial, sob a justificativa de buscar o equilíbrio econômico-financeiro da operadora. No entanto, o reajuste ocorre logo após aumentos aprovados em 2024, sem que haja melhora perceptível na qualidade do serviço prestado.
A situação se agrava com o descredenciamento de hospitais, clínicas e laboratórios em diversas regiões do país, intensificado a partir de novembro de 2025, além da suspensão de serviços por prestadores. Na prática, os beneficiários enfrentam redução da rede credenciada ao mesmo tempo em que são penalizados com mensalidades mais altas.
Para as entidades sindicais, é inaceitável que os beneficiários arquem com prejuízos decorrentes de uma gestão ineficiente, chancelada pelo governo. A cobrança é por mais transparência, fortalecimento dos órgãos de controle, revisão das decisões administrativas e adoção de medidas concretas que preservem o direito à saúde de quem depende da GEAP.






